terça-feira, 6 de abril de 2010

A carta que nunca te vou enviar.


Carta a ela:

Não me faz diferença se me sorris ou me ignoras. Não me faz diferença se sequer te diriges a mim. Não me faz diferença se pensas em mim ou não, nem me faz diferença se lembro-me mais eu de ti do que tu de mim. Quero que entendas que não é por vontade, não é por vingança que te ignoro. É mais forte que eu.
A tua ausência quando foste mais necesitada afectou a nossa relação. O que mais me afecta é que nem notas a separação.
Longe de ti me encontro, e isso facilita-me o esquecimento. O esquecimento do que não aconteceu. A palavra-chave é Não.. O sitio onde Não tiveste.. As acçoes que Não tiveste.. A protecção que eu não tive...
Vejo-te e a unica emoção que me pode talvez ocorrer é desilusão. Sendo que houve um dia que tu eras o meu idolo, hoje não passas de uma mera conhecida. O muro entre nós cada vez fica mais alto, e cada vez ficamos mais longe. E eu noto nas tuas tentativas de o quebrar. Não consigo. Não tenho a força, não tenho a força de vontade para te olhar nos olhos e dar-te o minimo de respeito. O que te posso dizer como justificação? Quem pode respeitar a pessoa que sabia que estavas no meio do inferno, e não fez nenhuma tentativa de te salvar? Quem pode respeitar a pessoa que ignora os suplícios de uma criança apavorada? Quem pode respeitar uma avó que faz isso?
Não, vou ignorar as tuas tentativas. Não é agora, 8 anos depois que me vens salvar. Já não sou tua, tal como já não és minha.

Adeus, Obrigada pelos mil euros , já os gastei e deram-me muito jeito.

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